segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pêssankas

Os alunos das 6ªs séries, sob a orientação da professora de arte, Izabel, confeccionaram pêssankas.

Pêssanka significa escrever
A origem da pêssanka ainda é um mistério. O termo “pêssanka” é proveniente do verbo “pyssaty” que significa “escrever”. Arqueólogos descobriram, em 1992, nas ruínas da igreja de Krylos (coração da antiga Galícia), Ucrânia Ocidental, uma pêssanka de cerâmica datada de 1300 a.C. O que nos levou a crer que os mais antigos ovos “escritos” podem ter sido criados pelo povo ancestral da cultura Trypillia, que vivia em vasta área do território ucraniano, desde 3000 anos a.C.
Na era pré-cristã, a pêssanka representava uma dádiva ao Deus Sol, símbolo essencial e mais antigo dessa cultura. Elemento vital nesta latitude do continente europeu. O sol fazia a vida ressurgir na primavera, depois dos implacáveis meses de inverno, penúria e fome. Com o advento do cristianismo, a partir do ano 988 d. C., a Igreja incorporou seus símbolos religiosos e o ritual da Páscoa na confecção dos ovos. A pêssanka hoje é uma simbiose de seu significado pagão, a saudação ao renascimento da natureza, na primavera como principal sentido da cristandade, a celebração da Ressurreição de Cristo, o renascimento da alma do Homem.
Atualmente, na Ucrânia já se consolidou o movimento constituído para resgatar a tradição das pêssankas. Faz presença desde o ensino fundamental até as universidades, integrando ao mesmo tempo várias outras instâncias da sociedade. Desse processo, faz parte um grupo de pelo menos trinta artesãos, com nome nacional, que aprimorou as técnicas de ornamentação dos ovos e transmite esse recente legado em cursos, exposições, conferências e outras formas de divulgação.
Outros estudiosos também já fizeram um amplo trabalho de resgate da história, recuperando técnicas antigas e ampliando o conhecimento sobre a simbologia relegada às masmorras. Além disso, artesãos da nova geração desenvolveram métodos inéditos de fazer e conservar os ovos pintados. Meroslawa Boikiv estima que existem hoje no país pelo menos mil pessoas que fazem esse trabalho intensivo de difusão e praticam a arte com desenvoltura. Como exemplo de respeitabilidade nacional, ela cita os nomes de Oksana Bilouz e Zoia Statchuk.
(Extraído do Livro de Eduardo Sganzerla, Pêssanka - A arte de decorar ovos, livro que pode ser adquirido na Kalena Plantas e Artesanato

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